Assim não é, na minha opinião, a única iniciativa realmente cívica. Marcelo Rebelo de Sousa (MRS) é claro nas intenções quando diz que «Assim Não nasce por diversas razões. Principalmente porque a cidadania é participação activa na política ou seja nas escolhas que importam à vida colectiva.» Curiosamente este princípio está, de alguma forma, em sintonia com o ideal searense que defendia que os cidadãos «(...) alheados dos partidos políticos, mas não da vida política (...)» deviam ter uma posição crítica. Por isso faz todo o sentido que MRS diga que «a cidadania é participação activa na [vida] política». Mas isto não é evidente. Vejamos. O Diário de Notícias de 27-01-2007 diz o seguinte na página 8: «Marcelo revoluciona forma de fazer política com vídeos do 'não'.» É um título falacioso. O que MRS faz é revolucionar a forma de fazer cidadania, «alheado dos partidos políticos, mas não da vida política». É claro que o DN depois desfaz todas as dúvidas relativamente ao que anda quando destaca o seguinte: «José Miguel Júdice diz que a participação de Marcelo no referendo "pode ser um sinal de que vai voltar à vida política activa"». Pois. Parece que cidadania é coisa estranha para estas gentes.