Os ratos comem os restos do mundo
E perseguem-no com perícia
Aguardando o momento em que o mundo
Aguardando o momento em que o mundo
Esse mundo
E aquele mundo
E ainda o outro
Deixa cair no chão os restos
Os restos de coisa nenhuma
Porque o mundo
Mesmo perseguido
Não se importa com o que deita para o chão.
Os ratos comem o mundo
E engolem-no com prazer
Porque o mundo já foi digerido
Pela vaidade dos homens e das mulheres
Que não perceberam o enigma
Porque o confundiram com o mistério.
Os ratos comem o mundo e os restos do mundo.
Dentro deles estão restos de nós.
Os ratos comem o mundo e os restos do mundo.
Dentro deles estão restos de memória.
O mundo é um resto
E como o próprio mundo o define:
Tudo o que é resto é lixo.
1 comentário:
E do lixo nada nasce porque o lixo já morreu. Fica a oportunidade dada pelo vazio do outrora preenchido, para que assim deixe de o ser. Restos que dão azo àquilo que nunca se comeu.
Diz a rã à teoria, que não passa muito disso... Afinal, verdades não as há no absoluto do relativo, pois não?
:o)
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