REVISTA DE IMPRENSA

Numa entrevista a Margarida Marante, publicada no SOL de 11-08-2007, Manuel Dias Loureiro (MDL) diz, a páginas tantas, que «
Se há coisa de que o Governo de Sócrates não pode ser acusado é de querer a todo o custo ganhar votos». Eu leio isto e fico de cabelos em pé. Não pelo dislate mas sobretudo por constatar que o Governo de Sócrates afinal é eficaz na sua técnica do parecer que é uma coisa sendo outra completamente oposta. Na minha opinião, se há coisa de que o Governo de Sócrates pode ser acusado é de querer a todo o custo ganhar votos. Como? Controlando qualquer acção corrosiva. Vamos lá ver se nos entendemos. Esta ideia de que este Governo foi muito corajoso e que é um Governo reformista não passa de uma falácia. Na verdade, este Governo parece que é muito corajoso e parece que é reformista. Mas não é. No entanto, é precisamente esse "parece que é" que lhe dá uma espécie de autoridade magnânima e que cala quem se deixa levar pela histórias da carochinha. Portugal está melhor? Não, não está. E vai ficar melhor? Não, não vai. E os portugueses sabem disso? Não, não sabem. Os portugueses, esses, acreditam ainda que um dia ainda vamos todos ser felizes para sempre num país que presta e com uma conta bancária livre de agonia. Os portugueses, esses, vivem na plena utopia. Os portugueses, esses, não percebem que para este Governo, como bem frisou o antigo director-geral dos impostos numa última entrevista concedida à revista Única (11-08-2007), parafraseando Benjamim Franklin, «só há duas coisas certas na vida: morrer e pagar impostos».
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No SOL de 11-08-2007, «
63% dos novos projectos turísticos do Algarve estão previstos para áreas protegidas». Terei lido bem? Hotéis de luxo e campos de golfe em áreas da Rede Natura 2000, de Reserva Ecológica Nacional ou de Reserva Agrícola Nacional? E ninguém diz nada? Alguém me explica para que serve o ministro do Ambiente? Não percebem ao que anda este Governo? Parece que não. Até porque o país está quase todo de férias… no Allgarve.
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Não é oficial mas teme-se que se tenha extinguido o golfinho de nariz pontiagudo das águas do rio Yangtze, China. Nenhum exemplar é visto desde 2002. Culpados? Nós, claro. Este caso é exemplar da forma como o excesso de população deriva em actos predatórios dos habitats, esgotando recursos, extinguindo espécies animais e vegetais. Infelizmente, há gente a mais no planeta. E gente a mais significa mais guerras, menos natureza, mais cimento, menos democracia. O clima altera-se. O planeta ressente-se. Para uns é a vida. Para outros é a morte.
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No Público de 09-08-2007, «
Temo que Kate [McCann, mãe de Madeleine] seja acusada de um crime que não cometeu, tal como aconteceu com a minha mulher. A frase de Leandro Silva, o padrasto de Joana, a menina desaparecida em Setembro de 2004 da aldeia da Figueira, no Algarve, estava ontem na primeira página do diário de Londres Evening Standard. A mulher de Leandro, Leonor Cipriano, foi condenada a 16 anos de prisão por homicídio da filha. E a história é recordada a propósito do caso de Maddie. Junto à fotografia de Kate aparece a de Leonor Cipriano com o rosto cheio de nódoas negras». Faltam-me as palavras de tanta má disposição.
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Na Visão de 09-08-2007, uma entrevista interessante com a escritora brasileira Dutra de Menezes, que acaba de publicar
O Português que nos Pariu. A páginas tantas diz «
Quem já fez amor com um português, ou vai parar aos cuidados cardiovasculares, de tanta emoção, ou descobre porque razão foi, para eles, tão fácil povoar meio mundo…». E porque não?!
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Na revista Única de 11-08-2007, na secção sobre Ciência: «Com as crescentes alterações climáticas, há cada vez mais espécies subtropicais a aparecerem nas águas portuguesas. Algumas delas são verdadeiras iguarias». Ainda restam dúvidas dos estupores de predadores que nós somos?!
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Revista Única de 11-08-2007. «Um alarme ligado a uma central de atendimento permanente garante ajuda imediata a quem está sozinho em casa». Basta para isso premir o botão da pulseira. E esperar que alguém venha em socorro. Para desgraça de quem vive sozinho, premir o botão continua a não trazer aquilo que mais falta faz: companhia. É a sociedade da solidão.
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Vamos lá aos números. Segundo o Expresso de 11-08-2007, a APSA (Administração Patriarcal da Sé Apostólica) fechou 2006 com 2,5 milhões de euros de lucro e o Governatorato produziu mais de 21 milhões de euros de lucro. Desconhece-se o resultado da actividade do Instituto para as Obras da Religião. O Papa calça sapatos Prada, desloca-se num Mercedes (nada de extraordinário se tomarmos em conta que o padre franciscano, eu repito, franciscano, Vitor Melícias conduz um BMW) e senta-se numa cadeira de ouro maciço. O Santuário de Fátima gastou recentemente uns milhões na construção de uma nova catedral. Agora percebo porque é que pedem às pessoas para dar dinheiro em vez de velas. E os pobre coitados, de pés e joelhos esfolados, dão. Triste quadro!
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