quinta-feira, agosto 31, 2006

SERÁ QUE O MUNDO VAI VOLTAR A SER SIMPLES?
Pelo menos o buraco do ozono está a fechar-se.
Já é um princípio.




Quando o mundo era simples, e nós ainda éramos macacos peludos, o "buraco do ozono" não fazia parte das nossas inquietações existenciais. Mas depois inventámos o fogo e a roda, trabalhámos o metal e inventámos o motor. Do petróleo fizémos combustível. Construimos fábricas para fabricar todas essas coisas em grande escala porque a população mundial também já não era um punhado de australopithecus, com todo o respeito que me merecem. Mas a verdade é que passámos de peludos a pelados. E isso fez toda a diferença. O pecado do consumo levou-nos por maus caminhos. Ou melhor. Trouxe-nos maus céus. Isto porque o "buraco do ozono" é culpa nossa. Exclusivamente nossa. Mais culpados somos quando achamos que isto é coisa que não nos afecta pois diz-se por aí que ainda vai demorar vários anos até isto ficar insuportável. É certo que temos uma dificuldade muito grande em cuidar de buracos que não vemos mas exige-se um pouco mais de pudor. Quer dizer. Ao menos sejamos honestos. Digam na cara dos vossos filhos, dos vossos netos que os papás e os avós estão-se nas tintas se os filhos deles, os netos deles, e talvez até eles próprios, tiverem problemas em... respirar. Mas será que perdemos a nossa aptidão evolutiva?!

Depois de todos os pessimistas, como eu, acharem que estávamos desgraçadamente condenados, eis que nos dizem, algures no mundo, que, afinal, ainda há esperança de o mundo voltar a ser simples. Ou, pelo menos, de o seu buraco fechar. Pelo menos é o que diz o Dr. Eun-Su Yang do Instituto de Tecnologia de Georgia, Atlanta (EUA), que analisou 25 anos de observações independentes da camada de ozono. Diz-nos ele que o "buraco do ozono" está a fechar. Ou pelo menos não continua a abrir. Isto é particularmente verdade nas regiões polares em que a camada do ozono parou de se degradar em 1997.

Por tudo isto, ainda não perdi a esperança de andar por aí todo nu (com parra, evidentemente) em perfeita harmonia com a natureza e absolutamente amnésico quanto à ideia de bem e de mal. Ao fim e ao cabo, ainda não perdi a esperança de voltar ao paraíso.

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