terça-feira, junho 10, 2008

JACARANDÁS POR LISBOA




















Dá-se por eles. A cor das suas flores surge-nos quase como uma forma de grito. Existimos. Recomeçamos. Não nos rendemos. Na verdade, o que eles estão a fazer é a cumprir o seu programa de vida. Mas o espectáculo deles faz pirraça ao nosso sentido estético. A vivacidade da cor é, de facto, deslumbrante. Um pouco por toda a parte, seja ao pé da estação de Oeiras, seja no Jardim Botânico de Lisboa, seja nas avenidas da cidade, eles cumprem o calendário e florescem. Para quem não é muito dado à medição do tempo, olhando para eles pelo menos fica a saber, sem muito esforço, que estamos no final de Maio. Sim, sim, é no final de Maio que eles fazem puff! Como quem diz: Malta, chegou o Verão. O que, convenhamos, noutros tempos até fazia todo o sentido. Mas os pobres coitados não sabem que nós não estamos nos nossos melhores dias. Deixem-nos estar. Não lhes estraguem também a vida. Deixem-nos cumprir o seu programa de vida. Até porque dias melhores virão. E enquanto não chegam, a gente lá vai contemplando a sua beleza. Mas apressem-se. Há uns que já sacudiram todas as suas flores e estão agora a vestir-se de folhas verdíssimas e muito parecidas com fetos.

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