REVISTA DE IMPRENSA: SUBLINHADOS E COMENTÁRIOS

Festa do Avante.

Depois de 30 anos, afinal avante para onde? Ou melhor: para onde nos queriam levar? Cuba?

Crónica de Eduardo Prado Coelho no Público «Crise no futebol»

Abstenho-me de comentar. Mas há um pormenor que eu não posso deixar passar: «Simão [quem é Simão?] recebe por ano, a partir de agora, cerca de dois milhões de euros.» Bom, eu leio isto e fico histérico. Sobretudo porque oiço ainda dizer que estes sujeitos recebem muito dinheiro porque têm uma profissão de desgaste rápido. Coitadinhos! Mas vamos fazer umas contas para se compreender a trama. Se eu começar a trabalhar aos 18 anos e me reformar aos 65, tenho 47 anos de trabalho útil. O que multiplicando por 14 meses (incluindo subsídio de férias e de natal, coisa em vias de extinção), dá um total de 658 meses de trabalho útil. Ora dividindo 2.000.000 de Euros por 658 meses, obtenho o valor de aproximadamente 3.040 Euros. Ou seja: para eu ganhar o que estes senhores ganham em 12 meses, eu teria de trabalhar 658 meses a ganhar, pelo menos, 3.040 Euros. Melhor. A ganhar o ordenado mínimo nacional, à volta de 400 euros, teria de trabalhar aproximadamente 5000 meses, o que dá também aproximadamente 357 anos. É obra, não?! Mas eles, coitadinhos, desgastam-se rapidamente. E por isso merecem todo o dinheiro do mundo. É por isso que eu prefiro os matraquilhos! E detesto o futebol.

Entrevista com Jorge Sampaio, enviado especial da ONU, no Público

«Em Portugal, a situação está ligada, como acontece em outros países europeus, por um lado, ao aumento da incidência da co-infecção HIV/sida-tuberculose, por outro, à persistência de algumas bolsas de pobreza que favorecem o desenvolvimento da tuberculose e, por último, ao facto de nos termos tornado, nos últimos anos, num país de imigração.»

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Pois. Mas o que preocupa mais é que nada se inverteu. Continuamos a ter uma alta taxa de infecção pelo HIV e caminhamos a galope para a pobreza. Será que não há outro caminho além deste?

Mais nicotina nos cigarros, no Público

«A quantidade de nicotina a que os fumadores estão sujeitos aumentou cerca de dez por cento nos últimos seis anos».

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Pode até ser coincidência mas curiosamente o preço do tabaco aumentou abruptamente nos últimos seis anos. E o aumento é feito sob o pretexto de diminuir o número de fumadores. Mas se cada vez temos cigarros com mais nicotina, mais dependentes temos. E estando estes tão dependentes eles vão continuar a comprar cigarros mesmo que os preços subam a galope. Mas volto a dizer. Tudo isto pode ser simplesmente coincidência. Mas convenhamos. Para a indústria e para o governo, bem dita coincidência!

Bento XVI vai discutir a teoria da evolução e a religião, no Público

«O papa Bento XVI junta hoje e amanhã alguns dos seus antigos estudantes de Teologia, para debater a evolução e a religião.»

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Num artigo publicado na Science lê-se que um em cada três adultos americanos rejeita firmemente o conceito de evolução. Não me surpreende. Primeiro mesmo entre os cientistas este é um tema ainda em debate. Quer dizer. Já todos chegámos à conclusão que ocorreu evolução só que ainda andamos a discutir os mecanismos através dos quais ocorreu essa mesma evolução. Segundo este conceito foi proposto no século XIX, há menos de 200 anos. Contra os aproximadamente 1600 anos de criacionismo bíblico. Por isso é compreensível que ainda perdurem algumas bolsas de resistência. Encaro isto com toda a naturalidade com que encaro a veemência do meu sobrinho em achar que a noite é culpa minha porque desliguei o sol.