sexta-feira, janeiro 20, 2006
DIVAGAÇÕES NOCTURNAS I
A noite vai adormecendo lentamente
Perfilhando o desejo da loucura
De me tornar mais numa sombra negra a delirar.
Nada existe em mim
Nada pela qual valha a pena chorar.
Mas eu lá vou chorando
E vou delirando um nada que existe em mim.
E apetece-me desistir
E voltar ao lugar donde parti.
Mas não tenho coragem
De caminhar para essa miragem em mim.
Lá longe ouvem-se risos.
É a loucura que se mostra.
De que se ri ela?
De uma sombra negra a delirar
Numa noite que vai adormecendo
A achar que a loucura tem desejos sem os desejar.
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